terça-feira, 30 de março de 2010

News Equipe Duotonee



Morgana Marla e Virgílio Andrade, (responsáveis pela Duotonee) + Fábio Costa, acabam de lançar o Coletivo Lébi. www.lebi.com.br





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#lebi: A artesania e o aleatório
Por Mariana Lage

Hoje em dia, quando se deseja falar sobre o que é o contemporâneo, pululam citações aos mais diversos filósofos, sociólogos e afins, embora todos saibam que a referência ilustrativa maior fica com os artistas – estes sempre à frente de seu tempo.

A primeira leva de looks produzidos pela marca Lébi dá exemplos primorosos de características do nosso tempo. Pautados pelo experimento e pela atualidade do aleatório, as criações de Fábio Costa, Morgana Marla e Virgilio Andrade enfatizam a fecundidade do aspecto processual de feitura de cada peça.

“Não trabalhamos por estação nem com reprodução da peça, principalmente por que nosso trabalho é bem artesanal”, explica Fabio Costa. O que a fala de Fabio revela é a utilização da moulage como técnica de modelagem, bem como aponta para a possibilidade dada ao cliente Lébi de costumizar a roupa a cada novo uso. Como explica Virgilio Andrade, as roupas serão entregues em embalagens com bulas indicativas de possíveis “modos de usar”, ou melhor, “modos de montar”. “Mas a finalização será dada mesmo pelo cliente, que poderá vesti-la como quiser, já que o shape não está dado de antemão”, ressalta.

Com a desconstrução da modelagem plana e das formas pré-estabelecidas, o trio de estilistas dá vazão à composição do vestir no jogo entre o orgânico e o geométrico. Ao abordar a roupa como experimento, a nova safra vem marcada pela inversão das linhas verticais e horizontais, pelo deslocamento geométrico e pela forma que nasce do contato mesmo do tecido com o corpo. “Partimos da malha branca por ser um tecido maleável, pouco estruturado e mais propício às pesquisas de volumetria”, explica Morgana.

“Nossas peças tem várias camadas, tanto de tecido quanto de cores. A peça adquire muito volume com as moulages porque o tecido é retorcido”, expõe Virgílio. Já as cores surgem do uso da aquarela e de suas formas casuais de escorrer pelo tecido. Segundo Fábio, a estamparia gráfica foi um dos primeiros descartes. “Queríamos trabalhar sem ícones, com coisas sem universo, sem relação com nada”, explica. Além de muito branco, o début da Lébi traz o amarelo, puro e em suas misturas com o vermelho e com o verde. “Uma cor, na verdade, são várias cores”.

Segundo Virgílio, se o gosto do cliente anseia passeios pelas referências artísticas do trabalho, ele poderá encontrar a filosofia “você mesmo faz” do Parangolé de Hélio Oiticica, os japonismos à lá Issey Miyake e o pluralismo de ascendências das do tipo tropicália e antropofagia. ”É um minimalismo barroco”, resume Virgílio com a legitimidade para criar novos gêneros e misturas que só os artistas têm. E porque Lébi? Oras, porque há que se usar do humor para nomear esse laboratório efervescente de criação coletiva.

Quanto a linha que norteia de investigações futuras, a idéia é que as próximas peças sejam construídas na medida em que os estilistas tenham retorno dos lojistas e dos clientes a respeito dos usos e apropriações de suas criações.




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contato@lebi.com.br

Ficha técnica
Estilo: Fábio Costa, Morgana Marla e Vírgilio Andrade
Fotos: Elisa Mendes
Direçāo de arte e styling: Juliano Sá
Modelo: Bruna Foureaux (vmodelmgt)
Projeto gráfico e site: Steffania Paola e Rodrigo Moreira

www.lebi.com.br






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